sexta-feira, 15 de abril de 2016

Não era amor





Ele chegou tão certo do que queria
Era como se estivesse esperando há muito tempo por aquele momento
Não hesitou
Proclamava aos ventos: É ela!

E, eu ali, sem entender direito
Duvidando da tal certeza
É, coração não se engana
Ou se engana?

Antes mesmo do primeiro passo ele já estava “completo”
“Inteiro” em cada canto
Fez-se presente até onde não era permitido entrar
Controlou até mesmo a tríade de direitos

Duvidei desse amor reinventado
Tinha alguma coisa distorcida
Mas desprezei a intuição
Não olhei os sinais

Apaixonei-me até a medula
Abri meus arquivos secretos
Fui tão eu
Que me perdi

O pulsar do amor
Cedeu lugar a motanha-russa emocional
Nesse frio entre subidas e descidas
Estabeleceu-se a indiferença

Ele que tanto doava
Tirou-me o banquete
A vinda dele veio tão rápida
Do mesmo jeito que a mala partiu

Quase morri de amor
Mas vi que não era sentimento nobre
Morrer de amor é desamor
É erva daninha

Retirei-me com dignidade, sobrevivi!
Hoje procuro o amor calmo
Sem perder o norte
Sem perder a mim mesma

Arthemisa Gadelha

2016

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