sexta-feira, 1 de abril de 2016

Indizível Liberdade



Voltou para seu mundo
Para suas histórias numa tela
Um chat talvez
Ou um novo prazer numa esquina
Acho que não signifiquei nada
Era um jogo
O estranho é que eu gostava
Sorria a cada mistério
O desconhecido pairava no canto da boca
Não existiam garantias
Apenas nós
E algo que criamos tão nosso...

Ainda consigo ver aqueles olhos
Meios medrosos
Ao mesmo tempo vidrados
Era sempre como a primeira vez
Eu, ali, aparentemente segura
Em algo incomum pra mim
E ele muitas vezes envolto em sua timidez
Num campo tão conhecido dele
Tão rotineiro
É, éramos contraditórios

Mas isso não importa agora
Não há mais riscos
Não há mais no peito uma morada
As vezes apenas um incomodo
O desconforto de não dizer adeus
Apenas umas linhas
Linhas tecnológicas
De um não me procure mais
Tão clichê!

Não entendo porque ele obedeceu
E o fim veio tão rápido
Veio pela internet
Sem lágrimas...
Ficou apenas o vício de um porto nada seguro.

Arthemisa Gadelha

Manaus, 21 de março de 2016.




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