segunda-feira, 21 de março de 2016

O moço discreto



Ele pousou como pássaro

faceiro, curioso, inquieto

Era um beija-flor!
Não permitiu a mão espalmada
Voou! Foi mais rápido que um piscar
Eita, bichinho determinado!
Cheio de força como a batida de suas asas
Esse moço de penas sempre voltava 
Contemplava a flor
As vezes tímido 
As vezes tão espontâneo
- E ela? 
Ah, a flor resplandecia, cheia de cores
Era primavera...
Era amores...
Tudo florescia! 
Ela doava cada gota de néctar
Ah, a flor se apaixonou...
- E o beija-flor? 
Bem, passarinho danado como ele
Viajou por outros jardins
Conheceu outras estações 
E encantou novas flores
Pássaros são livres
- E a flor?
Renasceu!
Brotou em novas pétalas 
Exalou novo perfume
Permaneceu no jardim
- Será esperança? 
Sim! Esperança de rever aquele voo parado
E de ouvir aquele coração 
As 1.200 batidas por minuto